Por Dana Campos | Várzea Grande Livre

Uma ação integrada das Polícias Civis de Mato Grosso e do Pará resultou, nesta quinta-feira (4), na prisão de um homem de 45 anos condenado a 14 anos de prisão por homicídio. O crime, registrado em 2002, chocou a comunidade rural de Santa Cruz do Xingú (1.101 km de Cuiabá) pela violência empregada.

A prisão ocorreu durante a Operação Amon, deflagrada para cumprir mandados de prisão em aberto e capturar foragidos da Justiça. A ofensiva é fruto de cooperação interestadual entre delegacias de ambos os estados, com apoio da Polícia Federal em Redenção (PA).

Segundo a Polícia Civil, após ser localizado, o condenado foi conduzido à delegacia local e, em seguida, encaminhado à Cadeia Pública de Vila Rica, onde ficará à disposição da Justiça para cumprimento da pena.

crime premeditado e brutalidade

De acordo com as investigações, o homicídio ocorreu em 2 de maio de 2002. A vítima, Gilberto Ferreira, foi surpreendida pelo agressor em uma tocaia, quando seguia para desligar a bomba d’água da fazenda em que trabalhava.

O criminoso desferiu um golpe violento na cabeça de Gilberto com um pedaço de madeira e, em seguida, efetuou disparos de arma de fogo. Um dos tiros atingiu a nuca da vítima, que morreu ainda no local, sem chance de defesa.

A motivação, segundo apuração da época, teria sido ciúmes em relação à ex-companheira do acusado. Testemunhas relataram que o homem chegou a comentar com conhecidos que teria tirado a vida de Gilberto porque, em sua visão, ele não respeitava sua ex-mulher.

operação amon e a cooperação entre estados

A Operação Amon tem como objetivo principal reforçar a cooperação policial interestadual e garantir que criminosos condenados e foragidos sejam localizados, mesmo quando cruzam fronteiras em busca de impunidade.

A ação em Santa Cruz do Xingú demonstra a efetividade da integração entre polícias de diferentes estados, que vêm intensificando esforços conjuntos para reduzir índices de violência, prender criminosos de alta periculosidade e dar respostas à sociedade.

De acordo com a Polícia Civil de Mato Grosso, o trabalho conjunto com o Pará e a Polícia Federal é fundamental para alcançar localidades de difícil acesso, especialmente na região de fronteira agrícola e áreas rurais distantes dos grandes centros urbanos.

justiça após 23 anos

O caso evidencia a morosidade de muitos processos criminais no Brasil, mas também reafirma que o tempo não apaga os crimes cometidos. Após mais de duas décadas, a família de Gilberto Ferreira poderá acompanhar o cumprimento da pena imposta pela Justiça.

A prisão do homicida reforça a mensagem de que crimes bárbaros, mesmo antigos, não serão esquecidos pelo Estado, e que a Justiça, ainda que tardia, precisa prevalecer.

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