Wellington Roma Lage

🩺 Enfermeiros sob risco: uso indevido de bisturi para cortar fitas pode configurar imprudência profissional
Atos inseguros colocam profissionais da saúde em risco e podem isentar empregadores em caso de acidente

Várzea Grande – 25 de Junho de 2025 | Várzea Grande Livre
Uma prática recorrente em ambientes hospitalares e clínicas tem chamado atenção de especialistas em segurança do trabalho: o uso de lâminas de bisturi para cortar fita hipoalergênica ou esparadrapo, ação que pode parecer inofensiva, mas que viola normas de segurança e expõe o profissional a riscos de acidentes de trabalho.
A crítica foi feita publicamente pelo Técnico de Enfermagem do Trabalho, Wellington Roma Lage, por meio de suas redes sociais, com base na legislação da Norma Regulamentadora NR 32, atualizada em dezembro de 2022.
⚠️ Risco real, responsabilidade profissional
Segundo Wellington, qualquer acidente causado por esse tipo de uso indevido pode ser considerado resultado de imprudência por parte do profissional, isentando o empregador de responsabilidade legal e indenizatória.
“A lâmina de bisturi é um instrumento de uso específico, para procedimentos cirúrgicos ou técnicos. Utilizá-la para outras funções viola o que está previsto no manual do fabricante e na NR 32”, alerta o especialista.
O trecho exato da norma que respalda essa orientação está descrito na NR 32.10.5, que estabelece:
📌 "É vedada a utilização de material médico-hospitalar em desacordo com as recomendações de uso e especificações técnicas descritas em seu manual ou em sua embalagem."
📉 Um erro comum, mas perigoso
Em muitas unidades de saúde, por pressa, rotina automatizada ou falta de materiais adequados, profissionais acabam improvisando o corte de esparadrapos ou fitas com lâminas descartáveis, o que pode resultar em:
Cortes profundos e ferimentos acidentais
Risco de contaminação com material biológico
Notificação como acidente de trabalho por imprudência, sem amparo legal
👥 Responsabilidade ética e profissional
Além do risco físico, a prática fere princípios básicos do cuidado com a saúde do trabalhador. A biossegurança é uma das principais diretrizes na formação técnica e superior em Enfermagem, sendo dever do profissional seguir rigorosamente as recomendações técnicas dos materiais utilizados.
“Não é só uma questão de economia ou praticidade. É uma questão de segurança e de responsabilidade ética”, pontua Wellington.
🛑 Patrões podem ser isentos em caso de imprudência
Casos de acidentes causados por práticas não recomendadas podem ser enquadrados como ato imprudente, o que, segundo a legislação trabalhista, retira a responsabilidade do empregador em arcar com custos de afastamento, indenizações ou estabilidade no emprego.
📣 Alerta para gestores e trabalhadores
A denúncia serve como alerta não apenas para os profissionais de enfermagem, mas também para os gestores hospitalares e coordenadores de unidades básicas de saúde, que devem reforçar treinamentos periódicos e disponibilizar os materiais corretos para cada procedimento.
🛠️ Tesouras médicas, cortadores próprios para fitas e técnicas adequadas de manuseio devem ser prioridade nos protocolos de atendimento e segurança.
🔎 Conscientização é o caminho
A prática relatada revela uma lacuna grave na formação continuada, na supervisão técnica e no fornecimento de materiais. Sem uma mudança cultural e estrutural, acidentes continuarão acontecendo — e a conta, muitas vezes, será paga pelo próprio trabalhador.
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