A morte como Medicina

Sob o pretexto alegórico do “direito reprodutivo”, no Rio de Janeiro, coletivos pró-aborto distribuem pelas ruas, a poucos metros da Câmara Municipal, atestados de óbito prévios para quem passa, no formato de “cartilhas de aborto legal”.

De maneira criminosa, orientam meninas e mulheres a realizarem a prática do aborto ilegal em suas casas (caso assim desejem), com receitas prontas indicando quais medicamentos utilizar, qual dose tomar — chegando a recomendar até 12 comprimidos para induzir o aborto — além dos sintomas esperados após a consumação do crime.

Com o destaque do punho cerrado seguido dos dizeres: “educação sexual para conhecer, contracepção para não engravidar e aborto legal e seguro para decidir”, o malabarismo retórico entra em contraste gritante com o conteúdo do panfleto, que não trata de aspectos referentes ao aborto legal, mas sim da cultura da morte — da morte irrestrita, disponível a quem quiser praticá-la — e de suas consequências, reduzidas a pequenos episódios de “febre, dores e enjoos”.

Nem mesmo cem notas de repúdio seriam suficientes para acolher tamanha revolta diante da irresponsabilidade promovida pelo grupo “Como Fazer Aborto Seguro”. Por isso, por meio do vereador Rogério Amorim (PL-RJ), foi realizada denúncia ao Ministério Público e à Polícia Civil, a fim de investigar e punir os indivíduos irresponsáveis que divulgam esse material espúrio a céu aberto.

Sob o pretexto de defender, acabam por condenar mulheres e meninas. Mas quem, de fato, se responsabilizará pelas possíveis mortes delas, além da morte dessas crianças? Quem responderá pelos problemas físicos e psíquicos que acompanharão essas meninas e mulheres até o fim de suas vidas?

A quem devemos responsabilizar, dentro desse coletivo ignóbil, pelo crime de desumanizar e expurgar o direito à vida de crianças e mulheres?