Pegou mal: secretaria de saúde de Várzea Grande esclarece veto e diz que benefício era emergencial, não o “Prêmio Saúde”
Decisão da prefeita Flávia Moretti de vetar a ampliação do benefício gerou desconforto político; secretaria afirma que proposta não se tratava de prêmio definitivo, mas sim de incentivo provisório para conter evasão de profissionais.

O veto parcial da prefeita Flávia Moretti (PL) ao projeto que ampliava o chamado “Prêmio Saúde” para diversas categorias de profissionais em Várzea Grande continua repercutindo negativamente entre vereadores, sindicatos e servidores. Diante da pressão, a secretária municipal de Saúde, Deisi Bocalon, veio a público esclarecer que o benefício vetado não se tratava, de fato, do prêmio regulamentado, mas sim de um incentivo emergencial e provisório, com validade apenas até o fim de 2025.
Contexto: a proposta original e as emendas
No início de agosto, a prefeita encaminhou à Câmara Municipal o Projeto de Lei Complementar nº 5.426/2025, criando o “Prêmio Saúde”, com valores que variam de R$ 1 mil a R$ 7 mil mensais, pagos de acordo com critérios de desempenho, como produtividade, pontualidade e comprometimento.
Durante a tramitação, vereadores aprovaram uma emenda ampliando o alcance do benefício para fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos e nutricionistas, além das categorias já previstas — médicos, dentistas e farmacêuticos.
Aprovada em plenário, a proposta foi vista como uma vitória para as equipes multiprofissionais da rede pública, mas acabou barrada pelo veto da prefeita.
O veto e a manutenção pela Câmara
A prefeita justificou que a ampliação geraria impactos financeiros sem previsão orçamentária, o que inviabilizaria o pagamento regular do benefício.
No dia 26 de agosto, em sessão polêmica, os vereadores mantiveram o veto parcial por 20 votos favoráveis e apenas 2 contrários. Com isso, categorias como psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais e nutricionistas ficaram de fora da medida.
A decisão gerou protestos nas galerias e críticas de parlamentares que consideraram o ato uma “desvalorização da saúde de Várzea Grande”.
Secretaria esclarece: “Não era Prêmio Saúde”
Diante da pressão, a secretária de Saúde, Deisi Bocalon, convocou a imprensa na manhã de 29 de agosto para esclarecer a polêmica.
Segundo ela, o projeto vetado não era o verdadeiro “Prêmio Saúde”, mas sim um incentivo emergencial e transitório, criado para segurar médicos especialistas, valorizar equipes da Saúde da Família e permitir a contratação de farmacêuticos, após ação civil pública do Ministério Público.
> “O que foi discutido e vetado não era o Prêmio Saúde. Era um incentivo emergencial, válido apenas até 2025, que não se incorporaria ao salário dos servidores”, afirmou a secretária.
Já
Ela ressaltou que os salários atuais — como os R$ 2.800 pagos a farmacêuticos em jornada de 40 horas — são insuficientes para atrair profissionais. Sem esse reforço, segundo Deisi, as farmácias das Unidades Básicas de Saúde correm risco de fechar, obrigando a população a se deslocar até o Postão.
Próximos passos: promessa de novo projeto
Para conter a crise, a secretária de Governo, Carol Mello, anunciou que um novo projeto de lei será enviado à Câmara dentro de 45 a 60 dias. A proposta reformulada pretende contemplar mais categorias da saúde, mas de forma estruturada e dentro das condições orçamentárias da prefeitura.
Paralelamente, a gestão promete avançar em 2026 com melhorias no Plano de Cargos e Carreiras, além da abertura de concurso público para consolidar a valorização dos servidores.
> “O próximo passo é oferecer soluções permanentes, não apenas medidas emergenciais”, destacou a secretária de Saúde.
Impacto político e desgaste para a gestão
O episódio expôs um desgaste político para a prefeita Flávia Moretti, que já enfrenta críticas sobre a condução da saúde no município. O veto parcial, mesmo justificado por razões financeiras, foi interpretado por parte da categoria como falta de valorização dos profissionais que atuam na linha de frente.
Nos bastidores, vereadores que apoiam a gestão admitem que a comunicação falhou, já que muitos acreditaram estar votando no Prêmio Saúde definitivo, quando na verdade se tratava de um benefício emergencial.
A situação também abriu espaço para a oposição questionar a coerência da prefeita em relação às promessas de valorização dos servidores, um tema sensível em ano pré-eleitoral.
Conclusão
O caso mostra como a falta de clareza na formulação e divulgação de projetos pode gerar ruídos políticos e descontentamento social. Se de um lado a prefeitura alega agir com responsabilidade fiscal, de outro, os profissionais da saúde cobram reconhecimento e valorização imediata.
Agora, a expectativa recai sobre o novo projeto que será encaminhado à Câmara e sobre as medidas estruturais anunciadas para 2026. Até lá, o desgaste político já está consolidado e a gestão Flávia Moretti terá de lidar com os reflexos da crise na saúde municipal.
Palavras-chave: Várzea Grande, prêmio saúde, veto, profissionais da saúde, Deisi Bocalon, Flávia Moretti, Câmara Municipal, incentivo emergencial
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