O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 1º de maio, que poderá comparecer à manifestação em apoio à anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro. O ato está marcado para o dia 7 de maio, na Torre de TV de Brasília. A declaração foi feita por chamada de vídeo com apoiadores, enquanto Bolsonaro ainda se encontra internado no Hospital DF Star, na capital federal.

O vídeo da conversa mostra o ex-presidente, em recuperação de uma cirurgia abdominal, dizendo que espera estar em condições físicas mínimas para participar da mobilização. A operação, realizada no dia 13 de abril, durou cerca de 12 horas e teve como objetivo retirar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Desde então, ele permanece sob cuidados médicos, sem previsão oficial de alta hospitalar.

Na conversa, Bolsonaro demonstrou otimismo com a recuperação e mencionou que pretende “largar os equipamentos” médicos até o domingo, dia 4, para começar a se alimentar normalmente. “Mais uma semana em casa e eu volto à normalidade. Acredito que pelo menos lá na torre eu me faço presente, se estiver bem”, afirmou.

Ato pró-anistia e clima político

O objetivo da manifestação é pressionar a Câmara dos Deputados a votar projetos que tratam da anistia dos condenados pelo ataque às sedes dos Três Poderes, ocorrido em 8 de janeiro de 2023. Bolsonaro recomendou aos apoiadores que o evento seja pacífico e organizado. “Não é uma concentração, é uma caminhada até a Esplanada. Vão ter lá umas 2 mil pessoas, o que já é mais do que suficiente”, disse.

Além da manifestação popular, tramita no Congresso uma alternativa política à anistia total. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), articula com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) um projeto que propõe a redução das penas aplicadas aos condenados. A proposta busca um equilíbrio entre aliviar punições severas — algumas chegando a 17 anos de prisão — e manter penas mais duras para quem organizou as ações golpistas.

Recuperação médica e participação incerta

Embora Bolsonaro tenha deixado a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 30 de abril, seu quadro ainda inspira cuidados. De acordo com boletins médicos recentes, ele segue em processo de estabilização e adaptação alimentar. A equipe médica mantém cautela quanto a sua liberação definitiva do hospital.

Mesmo assim, o ex-presidente demonstrou vontade de participar do ato, nem que seja apenas com uma breve aparição simbólica. “É importante mostrar que a gente está junto”, declarou durante o vídeo.

Conclusão

A manifestação de 7 de maio será a primeira de grande porte desde os eventos de janeiro de 2023. A eventual presença de Bolsonaro, mesmo que parcial ou simbólica, pode fortalecer o impacto político do movimento e reavivar discussões sobre a polarização no país, o papel do Congresso na pacificação nacional e os limites entre justiça e perdão.

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