Janja antecipa viagem a Moscou 6 dias antes da comitiva oficial de Lula
Primeira-dama embarca para a Rússia seis dias antes do presidente, sem divulgação oficial de sua agenda; decisão reacende debate sobre transparência e papel institucional

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, embarcou na manhã desta sexta-feira, 2 de maio de 2025, rumo a Moscou, na Rússia, com seis dias de antecedência em relação à chegada da comitiva oficial liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A viagem ocorre às vésperas do 80º aniversário do Dia da Vitória, data em que a Rússia celebra o fim da Segunda Guerra Mundial com o triunfo sobre a Alemanha nazista.
A decolagem aconteceu às 10h13 da Base Aérea de Brasília, a bordo de um Airbus A330-243 da Força Aérea Brasileira (FAB), com pouso previsto na capital russa nas primeiras horas do sábado, 3 de maio. A previsão é que Lula desembarque na Rússia no dia 8 de maio, acompanhado de sua comitiva, para participar das solenidades oficiais organizadas pelo governo de Vladimir Putin. A delegação brasileira deve permanecer em Moscou até o dia 10 e, em seguida, partirá para a China, onde o presidente participará do IV Fórum China-CELAC.
A antecipação da viagem por parte da primeira-dama não foi acompanhada de qualquer detalhamento oficial sobre compromissos prévios à chegada do presidente. Questionada pela imprensa, a assessoria de Janja não esclareceu os motivos da antecipação nem informou se há uma agenda institucional programada durante esse período em solo russo.
Histórico e reações
Esta não é a primeira vez que Janja viaja antes do presidente. Em março deste ano, ela chegou ao Japão com vários dias de antecedência, para participar de eventos com representantes locais, o que gerou críticas nas redes sociais e entre parlamentares da oposição. À época, diante da repercussão negativa, o Palácio do Planalto passou a divulgar sua agenda oficial de forma mais sistemática — medida que, no entanto, não foi aplicada no caso atual da viagem à Rússia.
A ausência de informações sobre os compromissos da primeira-dama em Moscou reacende discussões sobre a transparência nas atividades da esposa do presidente e, sobretudo, sobre os critérios adotados para suas viagens internacionais com recursos públicos. Setores da sociedade e da política questionam os custos dessas viagens e sua real necessidade institucional, especialmente quando não há divulgação prévia ou detalhamento público das ações realizadas.
Papel institucional e representatividade
A figura da primeira-dama no Brasil não possui função constitucional definida, mas tradicionalmente exerce papel de representação em causas sociais. Janja, no entanto, tem assumido uma postura mais ativa e visível nas viagens e nas agendas internacionais do presidente, o que tem gerado tanto elogios quanto críticas.
O próprio presidente Lula já defendeu a presença e a atuação de sua esposa, afirmando que Janja “não é decorativa” e que tem contribuído em pautas de direitos humanos, igualdade de gênero e desenvolvimento sustentável. Ainda assim, especialistas em direito público reforçam que, mesmo sem cargo oficial, qualquer agente público ou acompanhante de presidente em missão internacional deve prestar contas à sociedade sobre suas ações e recursos utilizados.
Conclusão
A viagem antecipada de Janja à Rússia levanta questões sobre transparência, responsabilidade institucional e o papel da primeira-dama na política externa brasileira. Em tempos de maior cobrança por ética e prestação de contas, torna-se essencial que figuras públicas adotem práticas que fortaleçam a confiança da população e a legitimidade de suas ações no cenário nacional e internacional.
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