São Paulo, 1º de maio de 2025 — A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) se viu em meio a controvérsias após justificar a baixa adesão ao ato realizado nesta quinta-feira (1º) contra a escala 6×1 da jornada de trabalho em São Paulo, apontando o show da cantora Lady Gaga, programado para o próximo sábado (3), como um dos motivos para o esvaziamento do evento. Durante entrevista à CNN Brasil, Hilton sugeriu que o espetáculo, embora marcado para o Rio de Janeiro, poderia ter distraído as pessoas de sua manifestação, que visava combater as condições de trabalho que impõem seis dias consecutivos de trabalho e apenas um de folga.

Ato em São Paulo e o Fracasso do Protesto

A manifestação convocada pela deputada ocorreu na Avenida Paulista, um dos principais pontos turísticos e comerciais da cidade de São Paulo, mas teve uma adesão bem abaixo das expectativas. O ato foi planejado para pressionar pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2025, de autoria de Erika Hilton, que visa acabar com a escala 6×1, regime de trabalho que, segundo os críticos, prejudica a saúde e o bem-estar dos trabalhadores.

Apesar da relevância do tema, o protesto não conseguiu reunir um número significativo de participantes, gerando frustração nos organizadores e nos movimentos sindicais que haviam se engajado na ação.

Em uma entrevista, Hilton afirmou que o evento foi afetado pela proximidade do show de Lady Gaga, uma das artistas internacionais mais populares da atualidade, que fará uma apresentação no Rio de Janeiro no próximo sábado. A deputada sugeriu que o público, principalmente os trabalhadores, estavam mais focados no evento musical do que em participar do ato político.

"Eu sei que é difícil competir com Lady Gaga", disse Hilton, referindo-se ao fenômeno global da cantora, reconhecida por sua enorme base de fãs e presença de mídia. "Muitas pessoas estavam esperando pelo final de semana para a apresentação, o que acabou impactando a adesão ao ato", completou.

A PEC 8/2025 e a Luta Contra a Escala 6×1

A proposta apresentada por Erika Hilton visa alterar a jornada de trabalho no Brasil, removendo a atual escala 6×1 que obriga os trabalhadores a trabalharem por seis dias consecutivos seguidos de um dia de descanso. De acordo com a deputada, essa jornada desumana tem gerado um desgaste significativo na vida dos trabalhadores, afetando sua saúde e qualidade de vida. A PEC 8/2025, no entanto, ainda está parada na Câmara dos Deputados desde fevereiro de 2025, aguardando ser apreciada por comissões.

A luta contra a escala 6×1 tem sido uma das bandeiras de sindicatos de diversas categorias, especialmente de trabalhadores do comércio e setores que dependem de escalas de turno rígidas. Para os manifestantes presentes, o fim da jornada 6×1 seria uma conquista significativa para a classe trabalhadora, permitindo um descanso mais adequado e, consequentemente, uma vida mais equilibrada.

A Repercussão e as Críticas ao Fracasso do Ato

A justificativa apresentada por Erika Hilton para o fracasso do ato gerou uma série de críticas. Muitos simpatizantes do movimento e especialistas em política questionaram a validade da explicação dada pela deputada, considerando-a uma forma de desviar o foco das falhas na mobilização e da falta de engajamento dos trabalhadores com a causa. Para alguns, a situação reflete um problema maior, relacionado à dificuldade de mobilizar apoio popular para questões trabalhistas em um momento de grande polarização política e mudanças sociais rápidas.

Embora o show de Lady Gaga seja, sem dúvida, um evento de grande apelo, muitos afirmaram que a justificativa não explica por completo a falta de adesão ao ato. Alguns acreditam que o movimento ainda precisa superar obstáculos, como o afastamento de certos segmentos da classe trabalhadora e a dificuldade em conectar as pautas políticas à vida cotidiana das pessoas.

A Expectativa para o Futuro da PEC 8/2025

Apesar do fracasso momentâneo da manifestação, Erika Hilton segue como uma das principais defensoras da PEC 8/2025 e da luta por melhores condições de trabalho para os brasileiros. O movimento sindical também promete continuar a pressão sobre o Congresso para a aprovação da proposta, que é vista como essencial para garantir um equilíbrio maior entre a vida profissional e pessoal dos trabalhadores.

A deputada, por sua vez, afirmou que continuará a lutar pela causa, buscando novas formas de conscientizar e mobilizar os trabalhadores sobre a importância da mudança na jornada de trabalho. "Não podemos desistir. Vamos seguir batalhando, e o apoio virá", concluiu Hilton.

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