Em uma operação de impacto realizada na madrugada desta segunda-feira (19), o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e a Polícia Federal prenderam um homem por tráfico de drogas na BR-174, nas imediações de Cáceres (220 km de Cuiabá). A apreensão, que faz parte das operações Protetor das Fronteiras e Divisas e Tolerância Zero, resultou na interceptação de 43 tabletes de entorpecentes, entre maconha e pasta base de cocaína, avaliados em R$ 233 mil — prejuízo direto às facções criminosas que operam na região Centro-Oeste.

De forma alarmante, a droga era transportada em um veículo oficial, um Fiat Siena branco, a serviço de uma prefeitura, que deveria estar sendo utilizado para o transporte de pacientes em tratamento de hemodiálise. O destino final da carga ilícita era a capital mato-grossense, Cuiabá.

Segundo as informações repassadas pelos agentes, durante uma fiscalização de rotina nas proximidades de uma mineradora, os policiais desconfiaram do comportamento do motorista. Após checagem, foi identificado que o condutor possuía antecedentes criminais por receptação e ameaça.

Na abordagem, foram encontradas no porta-malas do veículo caixas térmicas — usadas normalmente para o transporte de medicamentos e alimentos — contendo 36 tabletes de maconha e sete de pasta base de cocaína. Ao ser questionado, o suspeito confessou que havia pego a droga no município de Lambari D’Oeste e que receberia um valor em dinheiro para realizar a entrega em Cuiabá.

Diante da gravidade dos fatos, o homem foi preso em flagrante e conduzido à Delegacia da Polícia Federal em Cáceres, onde permanecerá à disposição da Justiça. A Polícia Federal informou que a investigação será aprofundada para identificar possíveis envolvidos dentro da estrutura pública e eventuais conexões com facções atuantes na fronteira com a Bolívia.

A operação faz parte de uma estratégia conjunta do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Governo de Mato Grosso para combater o tráfico interestadual e transnacional de drogas. As ações do Gefron têm sido fundamentais para desarticular rotas clandestinas utilizadas por organizações criminosas para abastecer centros urbanos com drogas vindas de países vizinhos.

A utilização de veículos oficiais da saúde para encobrir ações criminosas causa indignação e levanta questionamentos sobre falhas na fiscalização de contratos públicos e terceirizações. O uso de um carro destinado ao transporte de pacientes renais, em tratamento contínuo e delicado, demonstra o grau de ousadia dos traficantes e exige uma resposta firme do poder público.

A operação reforça o compromisso das forças de segurança com a tolerância zero ao tráfico e a importância da vigilância nas fronteiras de Mato Grosso, um dos principais corredores de escoamento de entorpecentes para o restante do Brasil.

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