Uma aluna de 12 anos denunciou ter sido vítima de abuso sexual dentro de uma escola estadual localizada no bairro Jardim Maringá, em Várzea Grande. A denúncia foi registrada na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) e aponta dois colegas da mesma idade como autores do ato. A Polícia Civil confirmou que o caso está em investigação e que os adolescentes suspeitos já foram identificados.

De acordo com o boletim de ocorrência, o episódio teria ocorrido dentro do banheiro da unidade escolar durante o horário de aula. A vítima relatou que foi abordada pelos dois colegas no corredor e coagida a acompanhá-los até o banheiro masculino, onde os abusos teriam acontecido. Após o ocorrido, a criança procurou a direção da escola, que acionou o Conselho Tutelar e comunicou imediatamente os pais.

A menor passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), em Cuiabá, e está recebendo acompanhamento psicológico com apoio da rede de proteção à criança e ao adolescente. A Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) informou, por meio de nota oficial, que os dois estudantes apontados como suspeitos foram afastados preventivamente das atividades escolares e que um procedimento administrativo foi instaurado para apuração interna.

“A escola tomou todas as medidas cabíveis ao tomar conhecimento da denúncia. A equipe gestora acionou os órgãos competentes, prestou apoio à aluna e colaborou com o início da investigação. A Seduc acompanha de perto a situação e está à disposição da família da estudante”, diz trecho da nota enviada à imprensa.

A Polícia Civil informou que o inquérito está em andamento e que os depoimentos da vítima, testemunhas e dos adolescentes envolvidos estão sendo coletados com prioridade. A delegada responsável pelo caso ressaltou que a investigação seguirá os trâmites do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), respeitando o sigilo previsto em casos que envolvem menores de idade.

O Conselho Tutelar de Várzea Grande acompanha a situação desde o início e tem oferecido suporte à família. Representantes do órgão destacaram a importância de reforçar os mecanismos de prevenção e segurança dentro das escolas públicas. “É preciso garantir que crianças e adolescentes estejam protegidos dentro do ambiente escolar. Casos como este exigem respostas rápidas e medidas estruturantes para evitar novas ocorrências”, afirmou uma conselheira.

O caso provocou comoção entre pais e responsáveis de alunos da escola envolvida. Muitos expressaram preocupação com a ausência de vigilância nos corredores e banheiros da unidade. “É revoltante saber que isso aconteceu em um local que deveria proteger nossas crianças. Queremos providências imediatas”, disse a mãe de um estudante, que preferiu não se identificar.

Entidades da sociedade civil ligadas à proteção da infância também cobraram ações mais efetivas do poder público, incluindo a presença permanente de psicólogos escolares, capacitação de professores para identificar sinais de abuso e políticas de acolhimento em todas as unidades de ensino do estado.

Especialistas em segurança escolar alertam que o caso reforça a necessidade de revisar protocolos de vigilância e acolhimento. “A prevenção é o melhor caminho. Precisamos investir em orientação, formação de educadores e canais seguros de denúncia”, afirmou a pedagoga e psicóloga educacional Silvia Mendes.

A reportagem do Várzea Grande Livre continuará acompanhando todos os desdobramentos do caso, reforçando o compromisso com a verdade, a proteção da infância e a cobrança por justiça e segurança em nossas escolas.

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