MOSCOU (RÚSSIA) | BRASIL – MAIO DE 2025 — Em um momento em que o povo brasileiro enfrenta filas por ossos, famílias vivem à base de sopa feita com carcaça de frango, e escândalos envolvendo a fraude de aposentadorias revoltam a população, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu cruzar o mundo para prestigiar um evento militar na Rússia — e o fez ao lado de alguns dos líderes mais autoritários do planeta.

Lula foi o único chefe de Estado de uma grande democracia presente no desfile militar de 9 de maio em Moscou, comemorando os 80 anos da vitória soviética contra a Alemanha nazista. Entre os presentes estavam Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), Nicolás Maduro (Venezuela), Aleksandr Lukashenko (Belarus), e Miguel Díaz-Canel (Cuba), todos conhecidos por práticas antidemocráticas e repressão interna.

Prioridades invertidas: tanques lá fora, caos aqui dentro

Enquanto tanques russos cruzavam a Praça Vermelha e Lula sorria para as câmeras ao lado de Putin, no Brasil a realidade era outra: filas em açougues populares para conseguir carcaça de frango, explosão no preço da cesta básica, desemprego em alta e milhões de famílias sem acesso à alimentação adequada. Segundo dados recentes, mais de 33 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar grave, e o número de pessoas em situação de extrema pobreza voltou a crescer após um breve recuo em 2023.

A população pobre, que sustentou o discurso de combate à fome que levou Lula de volta ao poder, se vê agora abandonada e usada como massa de manobra política. A distância entre o discurso do Planalto e a prática se tornou abissal.

Escândalos no INSS: os mais vulneráveis sendo saqueados

Para piorar o cenário doméstico, uma série de denúncias de fraudes bilionárias no INSS vieram à tona nas últimas semanas. Esquemas de desvio de valores que deveriam ser destinados a aposentados e pensionistas estão sendo investigados, e até agora, nenhuma resposta concreta foi dada pelo governo federal. Muitos dos afetados são idosos, doentes, pessoas com deficiência — exatamente aqueles que deveriam ser protegidos pelo Estado.

O silêncio de Lula sobre os escândalos é ensurdecedor. A indignação de quem depende do benefício para sobreviver contrasta com a imagem do presidente apertando as mãos de líderes que tratam seus povos com ferro e fogo.

Crítica internacional e constrangimento diplomático

Lula não apenas participou do evento, como foi utilizado como peça de propaganda por Vladimir Putin, que enfrenta sanções internacionais e é acusado de crimes de guerra pela Corte Penal Internacional. Ao se colocar ao lado de ditadores durante um desfile militar — símbolo de poder bélico e não de paz — o presidente brasileiro joga no lixo o histórico diplomático do país como mediador e defensor da democracia.

A imprensa internacional e diplomatas de diversas nações viram a presença de Lula como um "erro estratégico", além de um gesto desrespeitoso com a população brasileira que sofre nas mãos de uma economia estagnada e políticas públicas desarticuladas.

Brasil em segundo plano: povo na miséria, governo em desfile

A presença de Lula em Moscou não apenas demonstra sua preferência por alianças com regimes autoritários, mas escancara o descolamento de seu governo da realidade do povo brasileiro. Em vez de anunciar ações concretas contra a fome, resolver o caos no INSS ou combater a criminalidade que assusta os grandes centros urbanos, o presidente prefere a pompa de desfiles militares longe de casa.

Dizer que o Brasil está à deriva é pouco. Estamos vivendo um desgoverno que prioriza a imagem internacional em detrimento da sobrevivência de seu povo. O Brasil precisa de liderança, mas o que temos é um chefe de Estado fazendo turismo diplomático com ditadores, enquanto o país afunda.

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