Do Lixo ao Prato: Carcaça de Frango e Espinha de Porco Viram Salvação para Famílias Brasileiras na Crise
Com a inflação dos alimentos em alta e o desemprego pressionando os lares mais pobres, milhões de brasileiros recorrem a sobras de açougue para garantir proteína na mesa.

A grave crise econômica que atinge o Brasil em 2025 tem forçado milhões de brasileiros a adotarem medidas extremas para garantir o mínimo em suas mesas. Em meio ao aumento nos preços dos alimentos, famílias de baixa renda têm recorrido à carcaça de frango e espinha de porco — itens antes considerados restos — como alternativa para manter algum tipo de proteína na alimentação diária.
Com a inflação dos alimentos acumulando alta superior a 7% nos últimos 12 meses, cortes básicos como patinho, coxão duro, peito de frango e até mesmo ovos se tornaram inacessíveis para boa parte da população. A crise, agravada por um cenário de desemprego elevado, desvalorização da moeda e queda na renda média das famílias, empurra brasileiros para a sobrevivência por meio do improviso e da resiliência.
Na periferia de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Cuiabá e até mesmo em regiões interioranas de Mato Grosso, é cada vez mais comum encontrar filas em feiras livres e açougues de bairros populares onde a carcaça de frango e o suã (espinha de porco) são vendidos por preços significativamente mais baixos — muitas vezes, entre R$ 5 e R$ 10 o quilo. Apesar de serem compostos majoritariamente por ossos, esses produtos ainda contêm resíduos de carne que, com criatividade e esforço, são transformados em caldos, ensopados e sopas.
Dona Lúcia Ferreira, moradora da região do Jardim Glória, em Várzea Grande, conta que aprendeu a cozinhar a carcaça de maneira mais nutritiva e saborosa. “Eu coloco legumes, macarrão e faço sopa para meus netos. É o que dá pra comprar com o que tenho. Antes a gente comia carne moída, hoje só se for resto mesmo”, lamenta.
Nutricionistas alertam que, embora essas sobras possam oferecer algum valor nutricional, não são fontes completas de proteína, o que pode impactar diretamente no desenvolvimento de crianças e adolescentes. A longo prazo, a má alimentação também aumenta a vulnerabilidade a doenças, especialmente em grupos de risco como idosos e pessoas com doenças crônicas.
O governo federal tem tentado mitigar os efeitos da inflação com medidas pontuais, como a redução de impostos sobre alimentos importados e a ampliação de linhas de crédito para feiras populares. No entanto, especialistas afirmam que essas ações são insuficientes frente à desigualdade estrutural do país, que se reflete diretamente na insegurança alimentar de mais de 33 milhões de brasileiros.
Organizações sociais e projetos comunitários têm atuado na linha de frente, promovendo mutirões de alimentação, hortas urbanas e campanhas de doação de alimentos. Em Cuiabá e Várzea Grande, iniciativas como sopões comunitários voltaram a se popularizar, acolhendo famílias que já não conseguem sequer comprar o básico no supermercado.
A situação evidencia o abismo social entre os que ainda frequentam açougues e os que agora disputam ossos. A carcaça de frango e a espinha de porco, antes descartadas, tornaram-se símbolo da resistência de um povo que, mesmo diante da escassez, não perde a vontade de lutar por dignidade.
A pergunta que fica é: até quando o brasileiro vai precisar reinventar sua alimentação para simplesmente sobreviver?
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